Como estrelas no céu…

Deitado no escuro, sob o céu estrelado, ele contemplava a imensidão do espaço. A brisa morna aquecia seu corpo, balançava os galhos das árvores. A única luz vinha do céu, das estrelas. No céu, a bilhões de quilômetros, as estrelas brilhavam, como almas. As suas vidas, eram o seu brilho, a sua cor.

Perdido em pensamentos, ele observava aquela imensidão. Seus olhos fixaram em duas estrelas, azuis. Uma distante da outra; uma, mais pálida que a outra. Naquele momento, ele pensou:

A que distância, neste momento, estamos?
Aqui, nós brilhamos… | Créditos: APOD

Um leve aperto percorreu seu peito. Tentou afastar aquele pensamento, já havia superado aquilo. No entanto, não adiantou. Sua memória trouxe aquelas velhas lembranças…

Sua vida, a vida

Continuou a percorrer os olhos por aquela imensidão. Tentando esquecer aqueles pensamentos, observou com mais atenção. Após um tempo, felizmente, seu pensamento esqueceu aquelas lembranças. Sua mente já estava vazia, seu peito, no entanto, continuava apertado. Já sentindo um pouco de sono, ele notou algo raro. Três estrelas, tão próximas, tão parecidas e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Do mesmo tamanho, uma, no entanto, com seu brilho azul, as outras, com seu brilho amarelado. As três piscavam, cada uma ao seu tempo. Naquele momento, ele pensou:

Quanto tempo ainda nos resta, juntos?

Seu peito apertou, o ritmo do seu coração enfraqueceu e depois, acelerou. E mais uma vez, seus pensamentos voaram…

Foram de lembranças do passado, à imaginação do futuro; De momentos de felicidade, à momentos de tristeza… E seus pensamentos continuavam a voar, cada vez mais longe…

Passado, presente, futuro… passado, presente, futuro

E como será o futuro?

Naquele mar de pensamentos, ele adormeceu.

Quando acordou, ficou pensando por quanto tempo havia dormido: minutos? horas? dias? meses? Deviam ter sido meses, pensou, pois o tempo havia mudado. O céu já não estava tão estrelado; o vento agora era frio, e quanto percorria seu corpo, o fazia tremer, quando batia nos galhos das árvores, os faziam, ameaçadoramente, ranger.

Era hora de entrar. Antes, tentou localizar aquelas estrelas. Achou as duas estrelas azuis, mas agora elas pareciam ainda mais distantes. Depois, tentou achar aquele trio raro de estrelas, mas não conseguiu. Após um tempo, achou apenas uma delas, a estrela azul. Ele sabia que era ela, estava praticamente no mesmo lugar, era do mesmo tamanho, continuava piscando do mesmo jeito. Mas parecia mais pálida, menos jovem, menos bonita. Dessa vez, ele não se segurou, e seus olhos encheram de lágrimas. Amanhã, mesmo com esse frio, volto para te ver, pensou. Ele sabia que seria uma das últimas oportunidades de vê-la, porque sem aquelas estrelas amarelas do lado, a estrela azul ainda brilharia por pouco tempo.

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